Depois que Arthur nasceu o foco mudou. Não era mais a mãe que todos
queriam ver. Mas ele. De certa forma, ao longo dos nove meses fui me
acostumando a ser “escanteado”. Não sei o que passa pela cabeça da mãe neste
momento, mas eu era só alegria.
Estava parado, em frente ao berçário, olhando Arthur dormir. Já tinha
entrado, tirado foto, até tive a primeira aula de como dar banho. Mais relaxado
agora, estava portanto, observando-o. Cada respiração.
Senti que neste momento não existia nada mais lindo no mundo. Aquela
criaturinha, pequena, toda enroladinha, pela primeira vez fora da barriga. Uma
onda de responsabilidade ia tomando conta de mim.
“Ele vai precisar que eu troque fralda, dê banho, leve para passear,
assistir aos jogos de futebol, ver filmes no cinema”.
Tudo parecia paralisado. O tempo não existia mais. A correria do
dia-a-dia, o trânsito, nada. Só importava aquela respiração. Percebi a presença
de uma outra pessoa próxima a mim. Continuei no meu estado de contemplação e
fiquei assim alguns minutos. Ou seriam horas? Não sei dizer. Só sei que fui
interrompido por uma voz:
“Você é o quê dele?”, perguntou um homem.
“Pai”. Junto com as palavras senti uma nova onda de responsabilidade
tomando conta de mim. Não era mais uma palavra ou aquele que tinha me gerado.
Era eu. Olhei para o tal homem e disse:
“O nome dele é Arthur Henrique. Meu filho!”.
Foi neste momento que percebi pela primeira vez que tinha me tornado
aquilo que eu achava tão distante quando era criança. “Quando eu crescer quero
ser...”.
É, eu tinha crescido.
É cresceu...acho que vou parar de ficar vindo aqui ler, toda vez eu choro! rsrsrs
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