segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Orgulho


Depois que Arthur nasceu o foco mudou. Não era mais a mãe que todos queriam ver. Mas ele. De certa forma, ao longo dos nove meses fui me acostumando a ser “escanteado”. Não sei o que passa pela cabeça da mãe neste momento, mas eu era só alegria.

Estava parado, em frente ao berçário, olhando Arthur dormir. Já tinha entrado, tirado foto, até tive a primeira aula de como dar banho. Mais relaxado agora, estava portanto, observando-o. Cada respiração.

Senti que neste momento não existia nada mais lindo no mundo. Aquela criaturinha, pequena, toda enroladinha, pela primeira vez fora da barriga. Uma onda de responsabilidade ia tomando conta de mim.

“Ele vai precisar que eu troque fralda, dê banho, leve para passear, assistir aos jogos de futebol, ver filmes no cinema”.

Tudo parecia paralisado. O tempo não existia mais. A correria do dia-a-dia, o trânsito, nada. Só importava aquela respiração. Percebi a presença de uma outra pessoa próxima a mim. Continuei no meu estado de contemplação e fiquei assim alguns minutos. Ou seriam horas? Não sei dizer. Só sei que fui interrompido por uma voz:

“Você é o quê dele?”, perguntou um homem.

“Pai”. Junto com as palavras senti uma nova onda de responsabilidade tomando conta de mim. Não era mais uma palavra ou aquele que tinha me gerado. Era eu. Olhei para o tal homem e disse:

“O nome dele é Arthur Henrique. Meu filho!”.

Foi neste momento que percebi pela primeira vez que tinha me tornado aquilo que eu achava tão distante quando era criança. “Quando eu crescer quero ser...”.

É, eu tinha crescido.

Um comentário:

  1. É cresceu...acho que vou parar de ficar vindo aqui ler, toda vez eu choro! rsrsrs

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