quarta-feira, 18 de julho de 2012

O braço


Parece que na hora do parto os médicos instalam na mãe um programa de “Como Segurar o Bebê”. Não tive a sorte de passar por isso e aprendi na marra. E a primeira vez, claro, foi a mais difícil. Conheço pais que só vieram segurar o filho no colo quando este já estava com pelo menos quatro meses de vida.

Claro que logo após o parto segurei Arthur. Mas ele estava todo enrolado em uma manta e foi passado de outro braço para o meu. Complicado mesmo era pegar direto da cama.

Olhava para ele, pensava, imaginava onde a mão poderia ir. Qual a melhor posição? Uma coisa eu sabia: tinha que segurar a cabeça. E o resto do corpo? Como faria? De repente me vi pensando em como seria pegar uma canjica.

E percebi que era quase a mesma coisa. O corpo todo mole e você tendo que dá conta de tudo.

Finalmente criei coragem. Passei uma mão por baixo da nuca, segurei a cabeça, passei a outra pelas costas, contei até três e levantei.

Não há palavras para descrever o que senti. Encostei o corpo dele em meu peito e observei a respiração. Lenta e cadenciada.

E descobri o quanto é bom ter alguém assim tão frágil. Tão dependente da gente. E me achei a pessoa mais importante do mundo porque meu filho precisava de mim.

Um comentário:

  1. Um canjica foi boa!!
    Então quer dizer que podemos chamar Arthur, carinhosamente de Canjinquinha do papai?
    kkkkkkkkkkkkkk

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