
Claro que logo após o parto segurei Arthur. Mas ele estava todo
enrolado em uma manta e foi passado de outro braço para o meu. Complicado mesmo
era pegar direto da cama.
Olhava para ele, pensava, imaginava onde a mão poderia ir. Qual a
melhor posição? Uma coisa eu sabia: tinha que segurar a cabeça. E o resto do
corpo? Como faria? De repente me vi pensando em como seria pegar uma canjica.
E percebi que era quase a mesma coisa. O corpo todo mole e você tendo
que dá conta de tudo.
Finalmente criei coragem. Passei uma mão por baixo da nuca, segurei a
cabeça, passei a outra pelas costas, contei até três e levantei.
Não há palavras para descrever o que senti. Encostei o corpo dele em
meu peito e observei a respiração. Lenta e cadenciada.
E descobri o quanto é bom ter alguém assim tão frágil. Tão dependente
da gente. E me achei a pessoa mais importante do mundo porque meu filho
precisava de mim.
Um canjica foi boa!!
ResponderExcluirEntão quer dizer que podemos chamar Arthur, carinhosamente de Canjinquinha do papai?
kkkkkkkkkkkkkk