Antes de Arthur nascer, lembro de ter visto uma reportagem em que o
médico ensinava como “adestrar” os bebês. Acalmar os pequenos quando estivessem
inconsoláveis. Porque não tem nada mais desesperador do que um bebê quando abre
o berreiro. Se nascesse falando seria bem mais fácil. Mas não é assim.
Contudo, tudo na hora do aperreio é bem difícil. Olhava para Arthur
e via o menino se esguelando, mudando de cor, do branco para o vermelho
seguindo para o roxo. Não conseguia nem pensar direito. “Pega no braço”. Era a voz
do médico no meu cérebro. Uma dica interessante.
Mas ele continuava em desespero. “Ai meu Deus e agora? O que faço com
esse menino?”. “Encosta do peito”. E nada. “Tem que sacudir não é, meu filho!”.
A voz estava ficando impaciente. E tome sacode. “ANDA!”.
E comecei a andar de um lado para o outro. Deve ter diminuído uns 20
decibéis. Mas o choro continuava. Neste momento lembrei de uma das técnicas mais tradicionais
e eficientes da história em se tratando de acalentamento de bebês. Aquele que,
ainda criança, ouvia minha avó fazer com os netos: o pssssssssssssssss.
Cerca de cinco segundos depois, o silêncio invadiu o ambiente. Um
momento mágico. Único. Em que pela primeira vez consegui dominar o choro
desesperado. E fiquei ali, curtindo o momento, mantendo a técnica.
Até perceber que Arthur estava em sono profundo. Totalmente relaxado em
meus braços. Acabei me dando conta de que tinha dominado o fator “colocar para
dormir”. Foi lindo.
Que bonitinho! O "pssss" parece ser infalível mesmo. Tão bom quanto o "A aaaa, A aaaa". =P
ResponderExcluir