sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A primeira palavra


Mãe e filho possuem um vínculo inexplicável desde a concepção. Deve ser algo ligado àquela história de ter um bebê crescendo dentro da barriga, mexendo e depois mamando. O pai não tem isso. O vínculo precisa ser criado.

E pense que pai é um bicho besta. É como se, depois que Arthur nasceu, eu tivesse perdido a sanidade. Só isso para explicar o fato de me aproximar dele no berço, nos primeiros dias de vida e dizer: “repita comigo: papai. Paaaaa... pai”. Imagina se ele fala... Eu abria na carreira.

Mas quando se é pai, você não liga para essas amarras da sociedade que precisa taxar alguém de louco. E continuei. Só imaginava a sensação de felicidade ao fazer Arthur dizer a primeira palavra: “papai”.

“Toma aí, passasse nove meses com ele na barriga e ele falou papai”. Era uma luta diária, vários minutos na frente dele, falando e esperando. A resposta, porém, era sempre a mesma: silêncio.

Durante vários meses não tive retorno. Até que chegou o dia. Na sala, sentado, observava Arthur brincando, quando de repente ele inspira, olha para a frente, abre a boca e deixa escapar a primeira palavra da sua vida: “táxi”.

Tudo bem, não foi aquilo que eu esperava. Mas foi emocionante do mesmo jeito. Era nosso bebezinho crescendo.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkk
    Abria na carreira mesmo. Tou rindo só de imaginar a situação. rs

    E o garoto sabe das coisas. Vê se ele chamou um ônibus...

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