domingo, 21 de julho de 2013

A língua

Nem sempre é possível ensinar bons modos aos filhos. A gente tenta. Mas às vezes eles não querem aprender. E quando executam certa falta de educação na frente dos outros, os pais são logo acusados: “Esse menino tem mãe? Tem pai? Mal educado!”.

Já disse aqui que levo a sério a tal história do papel dos padrinhos para a criança. São segundos pais. Tanto podem contribuir para a educação quanto prejudicar.

Por exemplo: Tia Luedva sempre quis ensinar Arthur a estirar língua. Papai, Mamãe, Tia Sá e Tio Col nunca deixaram. Resultado: ele não adquiriu este hábito. Laís sim.

Por ser madrinha dela, Tia Évia tem mais poder de ação. E ensinou a menina a botar a língua para fora como se fosse a coisa mais linda do mundo. Confesso que ver uma criança fazer certas coisas EM CASA é bonitinho. Mas não pode virar costume, pois uma dia vai fazer na frente de uma visita, por exemplo.

Mas tudo isso foi só para contar a seguinte história:

Era mais um dia comum em casa. Acorda cedo, toma banho, dá banho nas crianças, prepara café, senta para comer e... lá vem Laís sentar no colo da mãe. Como sempre. Em dado momento, ela começa a estirar língua para todo lado. “Pare com isso. Guarde essa língua”. “UUUnnnnaaaa”. E tome mostrar. Agora mais especificamente para mim.

Juntei toda a seriedade que consegui naquele momento e disse: “Feche a boca senão vou cortar sua língua”. Ela olha no fundo dos meus olhos. Vejo algo que acho ser respeito. “Ela vai parar”, pensei.

De repente, ela abre um sorriso maroto e faz: “UUUUNNNNAAAA”. Aponta para mim e começa a rir de forma debochada. Dando gargalhadas.

E eu, já sem moral alguma, apenas esboço um sorriso e penso: “Luedva me paga”.

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