terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os chutes


Quando se descobre que vai ganhar o primeiro filho, não importa se vai ser menino ou menina. Não há escolha. “É o primeiro, então o que vier está bom”. Ok, tenho que admitir: não há escolha em hipótese alguma. Não é a gente que decide mesmo...

Mas como já tínhamos Arthur, uma mocinha não seria má idéia. A história de formar um casal e tudo mais. E desde o primeiro dia iniciei um exercício mental de como seria ser pai de novo. Sempre pensando: como será a relação desse futuro ser com Arthur?

Ora imaginava uma menina e suas barbies, os preços das barbies, vestidos, laços. Uma princesinha que precisaria ser protegida. Em outros momentos, como seria um outro menino. O reaproveitamento dos brinquedos, das roupas.

E a família, claro, não poderia perder tempo e começaram os chutes. Tesoura aberta, fechada, data da menstruação somado com o tempo de sobrevivência do óvulo + tempo de vida de um espermatozóide (de onde o povo tira isso hein?).

E assim como na gravidez de Arthur, destaque para Goretti, amiga de Tia Tita. Refez os cálculos. Havia errado o de Arthur. Tensão no ar. Ultima menstruação, mês em que ocorreu a gravidez, somado à fase da lua, mais a distância da Terra em relação a Vênus dividido pela flexibilidade do balanço do rabo da lagartixa. De novo, complicado.

Parou, olhou para o horizonte e afirmou: “vai ser uma menina, pode comprar a tinta rosa”.

Mainha foi outra que tentou acertar. Jogou o dominó, leu os que os números diziam e mandou: “menina”.

Só nos restava esperar.

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