Já tínhamos o exemplo de que as tais simpatias não eram nem
um pouco confiáveis (clique aqui), portanto, aguardamos ansiosos a ultrassom
que iria nos dizer qual o sexo do bebê.
Quando soube que Cicília estava grávida, liguei para Mainha
para dar a notícia de que ela seria vovó novamente. E ela de cara cravou: “vai
ser uma menina! Vou comprar o carro rosa da Penélope Charmosa”.
O tempo passou e devo dizer que ela não chegou a saber se
acertou ou não. Ou melhor, soube. Mas não entre nós. É que algum tempo depois
desta conversa ela precisou fazer aquela viagem sem volta que todos estamos
destinados a fazer. Como diz Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida:
“Encontrou-se com o único mal irremediável. Aquele fato sem
explicação, que une tudo que é vivo em um só rebanho de condenados. Porque tudo
que é vivo, morre”.
E numa das ultrassons as chances de acerto dela caíram
consideravelmente. Dr. Eduardo, da Nova Imagem (que não coloco mais os pés lá e
prometo dizer porquê) olhou, procurou e disse: “Tem 70% de chance de ser um
menino”.
Suspendemos a escolha de nomes femininos e focamos nos
masculinos. Otávio, Davi, Pedro, Augusto e mais uma ruma de nome que a gente ia
falando e não chegava a um acordo.
Porém, no dia seguinte tudo mudou. Cicília estava de plantão
e resolveu fazer uma nova ultrassom com um médico lá que é conhecido por não
errar uma. E esse afirmou sem medo: “Compre tinta rosa, com toda a certeza é
uma menina”.
Perfeito. O sonho de todo casal que pensa em ter apenas dois
filhos. Um menino e uma menina. E foi um tal de escolher nome, olhar roupas de
meninas, pensar nas bonecas.
E Mainha, onde quer que estivesse, deve ter sorrido. Feliz,
por saber que teria uma neta.