Quem nunca aprontou na escola? Faz parte do ser humano (eu acho).
Confesso que minha mãe foi chamada algumas vezes para conversar com
coordenadores e professores sobre o que acontecia no colégio. Por outro lado,
isso não chegou a acontecer quando tinha apenas 3 anos. Como Laís.
Costumava pegar os meninos na Lourdinas assim que saía da TV.
Normalmente encontrava com Tia Marta, a professora do Infantil I. E teve uma
semana específica que foi “animada”. Na segunda-feira, ao chegar para buscar
Arthur e Laís, ela me viu e chamou:
“Laís aprontou uma hoje, viu... Os amiguinhos prepararam a tela (uma
pintura que eles fazem no fim de ano pra gente encher a parede de quadros) e
colocaram para secar. Pois de repente, quando olho, chega uma coleguinha
reclamando que Laís tinha pintado a toalhinha do lanche dela. Conversei com
Laís. Fomos ao parque e, quando voltamos, vejo Laís com o pincel cheio de tinta
em direção à tela da amiga. Por pouco ela não fez um desmantelo”.
Naturalmente, reclamei com Laís. Isso não se faz. No dia seguinte, mais
uma vez encontro com Tia Marta. “E aí, foi tranquilo hoje?”. – Não exatamente.
“Laís pediu pra ir ao banheiro e, quando a auxiliar viu, ela tinha baixado
as calças e estava fazendo xixi no balde de lixo”. Na hora, confesso que achei
engraçado. Mas coloquei minha cara de sério e segurei.
Bom, antes que me julguem, dias depois descobri uma outra versão. Laís
estava bem apertada e os boxes estavam todos ocupados. Para não fazer no chão,
ela fez no lixo. Então, na verdade foi uma boa ação ;)
Achei que para uma semana já estava de bom tamanho, mas no dia seguinte...
“Quatro meninas pediram para ir ao banheiro e a auxiliar as levou.
Deixou todas lá e voltou pra pegar os meninos que também queriam ir. Ao
retornar, não viu as meninas. Voltou pra sala e nada. Começamos a procurar, quando
fomos ao banheiro, escutamos as risadinhas e os ‘pssssiiiuu’. Elas tinham
entrado no mesmo boxe e estavam escondidas da tia. Uma delas era Laís”.
Desta vez, gargalhei sem remorso. A astúcia das meninas valia ao menos
ser reconhecida.
Depois de três dias seguidos, admito que estava com medo. Tinha receio
de ouvir mais reclamação. Porém, o restante da semana (a quinta e a sexta
rsrsrs) passaram sem que eu ouvisse mais nada dela. Talvez tenha tido algo a
ver com o fato de eu ter chegado mais tarde para não encontrar com Tia Marta.
Mas essa é uma dúvida que nunca vamos tirar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário