Depois que a pessoa tem filho, aos poucos desenvolve
técnicas de psicologia. Nem todas funcionam, é verdade. Mas errando uma vez
aqui, outra ali, dando um grito de escorrer lágrima na criança aqui, uma ameaça
de chinelada ali, você vai moldando seu filho e suas reações. E se tem uma coisa
que existe nesse mundo é técnica para adestrar criança (alguns falam em educar,
mas dá no mesmo).
E uma bem conhecida é aquela de fazer um cartaz, pendurar na
parede e marcar com um X as coisas boas ou erradas e depois ter um castigo ou
um prêmio. Pois bem. Cicília criou uma tabela no papel, bem bonitinha e
organizada. Uma azul para Arthur e uma amarela para Laís.
Funcionava assim: cada desobediência (deixar bagunça, não
arrumar a cama, não tomar banho e etc) gerava um X. O objetivo era claro:
deixar o papel limpo.
Arthur virou uma “seda”. Passou a fazer as coisas e quando
ameaçava fazer birra, bastava pegar a caneta que ele batia pino e fazia o que
tinha que ser feito. Já Laís...
Como sempre fazia, ela espalhou brinquedos por todos os
lados da sala. Na hora de arrumar, “bateu uma canseira”. Dizia que não
conseguia fazer nada. Nem andar. Cicília então ameaçou marcar um X na tabela. E
ela não queria ganhar a marquinha negativa. Então tomou uma atitude:
Foi atrás da tabela, escondeu no banheiro dela, voltou para
a sala e continuou com a bagunça. A lógica: se a mãe não encontrasse, não poderia
marcar o X e ela não seria castigada.
Admito que a construção da ideia foi genial. Só que Laís não
contava com nossa astúcia. Nós tínhamos uma carta na manga: “SE VOCÊ NÃO
GUARDAR ESTA BAGUNÇA AGORA, VAI TUDO PRO LIXO. JÁ PEGUEI O SACO PRA COLOCAR”.
Bem mais eficaz, diga-se de passagem. Em meio a reclamação e
choro, os brinquedos foram guardados. Objetivo alcançado.
#aprendesupernanny
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