Quer ver a personificação do desespero? Ligue para seu
marido e diga: “vai nascer”.
Depois de sair com toda a gota da Ecoclínica, corri para a
casa de Dona Maria José. Parei o carro, abri o portão e corri para ver Cicília.
“E aí, vamos? Tá tudo pronto?”. Aí ela olha para mim com toda a calma do mundo
e faz: “pode ir se ajeitar, tomar banho, trocar de roupa que as contrações
estão só começando”.
Não sei de onde se tira tanta tranqüilidade. Eu continuava
acelerado. Fiz o que ela pediu e fiquei pronto para sair. De vez em quando
passava por ela dentro de casa e via a cara de sofrimento dela. E sem pressa.
E eu de um lado para o outro dentro de casa. E tentando
falar com Dra Roseane. Só chamava. Com é que uma obstetra não atende o danado
do telefone? Sabendo que tem uma paciente prestes a ter menino?
Depois do que pareceram horas, Cicília terminou de se
ajeitar (maquiagem, cabelo, unhas) e fomos para a Unimed. De novo, Luedva a
postos. Como dois anos antes. Desta vez não fomos pela recepção. Mas pela
emergência.
Aí a gente disse o que era para a atendente indicar uma
pulseira que diga a gravidade da situação. “Hômi, dê logo uma vermelha. Ela tá
com contração”. Até que foi rápido. Chamou o maqueiro, que já veio com uma
cadeira de rodas. Subimos.
E nada de Dra Roseane atender o telefone.
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