Reta final de gravidez é a coisa mais estressante que se
pode viver. Principalmente para o pai. Por mais que a mãe esteja com a barriga
enorme, andando igual uma pata, com pés inchados e cheia de dor na coluna.
Ainda é mais para o pai.
É esperar, 24 horas por dia, a hora que ela vai dizer: “corre
que a bolsa estourou”. E quando está fora de casa então é ainda pior. A cada
cinco minutos checando os dois celulares, twitter e atualização do facebook
para saber se tem novidades.
Mas, assim como aconteceu com Arthur, Laís esperou até o
último dia. Com um detalhe: dessa vez Cicília sentiu as contrações.
Lembro de ter voltado do almoço para a TV e logo depois ela
me ligou. Achava (você leu bem: achava) que Laís iria nascer. Pediu que ligasse
para Dra. Roseane e ainda fosse pegar um exame na Ecoclínica. Era uma última
ultrassom.
Corri para lá. Cheguei, pedi, esperei, sentei, levantei,
pedi de novo, esperei de novo, sentei de novo, levantei de novo e perguntei: “Vai
ter condições de entregar isso hoje, como vocês informaram?”
“Falta só uma assinatura, acho que fica pronto amanhã”.
“Minha filha é o seguinte: minha esposa está tendo
contrações e a menina está para nascer. Se não ficar pronta agora, você pode botar
esse negócio onde você quiser”. Vamos combinar: exigir paciência de um pai que
está prestes a receber um filho é demais. Em menos de cinco minutos chegou o
tal exame com assinatura de alguém.
Em meio a tudo isso, eu tentava ligar para Dra. Roseane. O
telefone só fazia chamar. E o desespero só aumentava. “Como é que a obstetra
não atende a mulesta do telefone????”. E corri para pegar Cicília na casa da
mãe.
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