Um dos itens que você analisa de cara, claro, é a
mensalidade. Não é mole pagar um colégio para uma criança de 3 anos que há algum
tempo atrás valia uma faculdade. Passado esse impacto, percebe-se que o colégio
em que você estudou tem grande influência. Por exemplo: se morasse em Recife, colocaria
no Visão. Mas em João Pessoa, ouvi Cicília. E fomos no Lourdinas.
Colégio tradicional da cidade, de freira, que no passado não
tão distante só aceitava meninas. Achamos interessante a parte religiosa e
cidadã do local. Passamos por entrevista, compra de material escolar e
finalmente chegou o dia de levar Arthur para o primeiro dia de aula.
Em uma reunião realizada uma semana antes do início das
aulas, as tias fizeram um baita medo sobre o período de adaptação. “Deixa ele
trazer a mochila sozinho”; “não fica muito tempo”; “chorar é normal”; “com o
tempo se acostuma”; “se quiser pode ficar na primeira semana”. Eu só imaginava
Arthur chorando desesperadamente aos berros: “NÃO ME DEIXA!!”.
Saí da tv, almocei, preparei a câmera e começamos. Era
preciso registrar. “Pega a bolsa”; “vai saindo”; “dá tchau”. Depois da sessão
de fotos, fomos para o colégio.

Meio receoso, ele não quis largar a mão. Olhava tudo
apreensivo. Sentia que ia ficar sozinho. Em um lugar estranho. Com pessoas
estranhas. Pela primeira vez na vida. Com o coração apertando cada vez mais, brincamos
com ele, mas sem esquecer que o momento se aproximava. “Qual seria a reação
dele? Vai ficar bem?”. E a tia chamou pra sala.
Aos poucos, os amiguinhos sentavam nas cadeiras. Outros pais
na mesma situação que nós. Decidimos que era hora de sair. Ele ainda meio
ressabiado. Como faríamos?? Em meio a nossas dúvidas, Tia Ju apareceu com um
pote de massa de modelar. Bastou.
Arthur sentou, pegou a massa, começou a brincar e esqueceu
que estávamos ali. “Tchau, Arthur”. A resposta foi um breve aceno com a mão
para não tirar a atenção da massa de modelar. Trocados por uma massinha, fomos
embora. Ainda assim, felizes, por cumprir mais uma etapa da vida dele.
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