Por mais que a gente tivesse preparado Arthur para o
nascimento de Laís, eu sabia mais ou menos o que se passava na cabeça dele. Por
ter vivido situação parecida (a diferença é que eu tinha 5 anos quando Andréa
nasceu), tinha noção de que, naquela momento, ela era nada mais que a “Outra”.
E pensa bem: você é o centro das atenções, quando de
repente, aparece uma pirralha, que não mede meio metro e todo mundo quer ver.
Não é fácil digerir.
“Laís nasceu. Olha só o que ela trouxe pra você. Um presente”.
Como se dentro do útero tivesse uma loja da Ri Happy.
E foi dentro do esperado. De início, a rejeição. A gente
botava no colo, ele meio que afastava, fazia cara de contrariado e pedia para
tirar. Botava para empurrar o carrinho, ele ia com a maior má vontade do mundo.
Sempre com um olhar desconfiado.
Mas criança esquece logo das coisas. É uma vantagem que elas
têm sobre os adultos. Não guardam rancor. E bastaram apenas uns dias para
Arthur deixar para trás a ranzinza e tomar conta da irmãzinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário