E ouvi a conversa também. “Soubesse de Fulana?” “Mulher,
soube. Não acreditei”. E eu lá. Na expectativa. Esperei. E depois do bate-papo
sobre as vidas de fulana, beltrana e quem lá fosse, saiu.
Uma coisinha minúscula, branquinha e que chorava.
Mesmo sendo a segunda vez que sentia isso, não dá para
descrever. É um amor que não se mede. É Deus sentando do seu lado e dizendo: “Estou
lhe entregando aos seus cuidados porque confio em você. Cuide bem!”.
São milhares de pensamentos ao mesmo tempo. Um turbilhão de idéias.
Não dá para pensar direito em nada. Percebi que Kalessa estava na sala (como
havia sido há dois anos). Nem lembro de onde saiu. De forma automática, comecei
a tirar fotos.
E fiquei naquela coisa meio sem saber o que fazer. De
repente, a médica olha pra mim e me oferece minha filha. Peguei-a com todo o cuidado
do mundo. Aconcheguei em meus braços e olhei. Algo aconteceu com o mundo
naquele momento.
Era como se tudo tivesse parado. Nada mais tinha
importância. O resto do mundo parecia sem importância quando comparados com
aquele ser pequeno e indefeso. Demorou alguns segundos (que pareceram horas)
para que eu voltasse a pensar em algo.
E quando isso aconteceu, cheguei próximo dos ouvidos dela e
cantarolei como tinha feito com Arthur: “Cazá, Cazá, Cazá, Cazá, Cazá, a Turma é
mesmo boa, é mesmo da Fuzarca, Sport, Sport, Sport”.
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