domingo, 27 de março de 2016

O primeiro jogo

Minha carreira no futebol durou praticamente toda minha vida escolar. Comecei com 10 anos na escolinha de futsal do Visão. Disputei torneios com a camisa do colégio (não ganhei nenhum) e disputei inúmeros interclasses. Destaque para o título do Intermédio com a T1, já no CEFETPE. Dito isto, você deve imaginar minha emoção de ver Arthur disputar o primeiro jogo defendendo a camisa do Lourdinas.

Desde o ano anterior que eu tentava empurrá-lo para o futsal, mas ele não queria. Não sei o motivo, porém, sempre se negava. Uma vez chegou a contar uma história que ligou meu sinal de alerta:

“Hoje no colégio a gente brincou de futebol”. – Eita, que massa! Você gostou? (agora ele vai querer fazer futsal). “João Gabriel era Fulano (não lembro o nome do jogador de inspiração), Dudu era Beltrano”. – Que legal. E tu era quem?. “Felipão!” -_-

Entendi aquilo como um indício e decidi não perguntar mais se ele queria fazer futsal. Mas depois de um tempo, as histórias passaram a incluir a participação dele. No gol. -_- Quem já jogou pelada sabe quem vai pro gol...

Mesmo assim, tudo bem. Magrão é meu ídolo e é goleiro. Então perguntei se ele queria treinar no ano seguinte e ele topou. E assim foi. Detalhe: a madrinha chegou a comprar uma luva de goleiro, já que ele queria tanto ser um, mas nunca usou. Mudou de ideia depois e foi pra linha.

Depois de passar o ano em treinos (e sem eu ver nenhum) teve o primeiro jogo valendo. Contra o Colégio Meta, na casa do adversário. Rapaz, o menino era empolgado. Parecia final de Copa do Mundo. Era um tal de passar a mão na cabeça, na testa, bater palma, incentivar os amiguinhos e foi pro jogo.

Bom, não tem muito o que se dizer de uma partida com meninos de 5/6 anos. Onde a bola está, o bololô acompanha. E Arthur corria, se esforçava, mas nada de gol. Até que o árbitro marcou um pênalti. Era a chance. O Lourdinas vencia com folga. Arthur foi pra cobrança. Escolhido pelo tio. Concentrado. Correu. Bateu. Foi pra fora. Tipo, muito pra fora. Ele ficou meio abalado. Mas valeu o esforço né.

De qualquer forma, eu estava feliz. Afinal, quantas vezes vivi momentos como aquele. De jogar. De estar em quadra representando o colégio. E ver Arthur fazer isso, encheu meu peito de orgulho. Mesmo que o gol não tenha saído. Acho que é aquele lance de “continuar a história”. Que ele possa jogar muitas e muitas vezes e ter bastante alegria.