terça-feira, 26 de março de 2013

A primeira vez no teatro


Sempre pensei em incentivar meus filhos com relação à cultura. Ler, freqüentar teatros, cinemas, museus, essas coisas. E depois que Arthur fez 2 anos, achei que o momento de levá-lo ao teatro estava chegando. E a oportunidade surgiu quando anunciaram o show da Galinha Pintadinha em João Pessoa.

Montei um verdadeiro arsenal de guerra (fralda, água, biscoito, roupa reserva, pomada) arrumei Arthur e fomos para o Teatro Santa Roza. Muitas crianças, papais, mamães, todos loucos para ver o espetáculo.

Vale destacar que Kalessa apresentou a Galinha Pintadinha para o afilhado. E desde o início ele ficou louco. E quem não gostaria? Estavam lá todas as músicas da nossa infância: Pintinho Amarelinho, Pombinha Branca, O Sapo não Lava o Pé e por aí vai.

Já que ele era fã, seria o máximo. Um dia que com certeza o deixaria com vontade de voltar ao teatro outras vezes.

Entramos e ficamos nas primeiras fileiras. As pessoas iam chegando.  “Vai começar a Galinha Pintadinha. Vai ser ali em cima. Não é legal?”. Ele apenas olhava. Não quis sentar na cadeira. Ficou no meu colo.

De repente, o início: “BOA TARDE CRIANÇADA. VAI COMEÇAR O ESPETÁCULO A GALINHA PINTADINHA”. Estávamos ao lado de um alto-falante. Arthur pediu para sair. “Não, vamos ficar. Vai começar. Olha só”.

Foi um dos maiores erros da minha vida. Quando Mariana (aquela mesmo da música que conta até 10) entrou no palco, eu senti um frio na espinha de medo. Eita Mariana feia da mulinga. Só tinha cabeça. Se eu tive medo, avalie Arthur. Ficou aos berros.

Na mesma hora levantei e fui lá para a bilheteria. Só quando não estávamos mais vendo o palco foi que se acalmou. Foram 10 minutos de psicologia para parar de chorar. Aos poucos fui subindo a escada para ver o palco. Um degrau. Depois dois. Três. Quatro. Ficamos próximos de umas cadeiras, na última fileira.

Ainda em pé, percebi um ser se aproximando. Ao olhar era a Barata. A da música. Tremi todo só de pensar no choro de Arthur. Mas não aconteceu. Ele estava realmente mais calmo. Depois de um bom tempo consegui convencê-lo a sentar. Acredito que vi ainda mais cinco ou dez minutos de espetáculo e acabou.

Fomos embora. A experiência não tinha sido bem como havia imaginado, mas ele conheceu um teatro. E saiu de lá com a lembrança mais forte que teve desse momento: “Maliana fêa da mulinga né Papai?”